Exclusivo: Wraygunn e Dead Combo em discurso directo

Dead Combo:

Tó Trips e Pedro Gonçalves são eles o corpo dos Dead Combo,um dos projectos mais arrojados da música Portuguesa...
Como surgiu a ideia de formar os Dead Combo, visto que vêem de campos musicais completamente diferentes?
Surgiu de forma natural. O Tó já tinha gravado algumas musicas sozinho e no final de um concerto do Howe Gelb falámos sobre a hipótese de gravarmos uma musica juntos a convite do Henrique Amaro da Antena 3 para a homenagem a Carlos Paredes - "Movimentos Perpétuos" - que assim marcou o início do grupo. A questão de virmos de meios musicais diferentes em vez de se tornar uma dificuldade, até é uma mais valia, para além disso, somos ambos pessoas que ouvimos todo o tipo de música.
O festival Eurosonic foi precisamente 1mês na Holanda, que importância teve para os Dead Combo esta participação, abriram-se muitas portas a nível internacional?
Para além da excelente recepção que tivemos por parte do público, fizemos muitos contactos que estamos agora a aprofundar e a desenvolver com editoras, agentes e promotores de espectáculos internacionais.
O que podemos esperar dos Dead Combo para 2007?
Mais concertos, músicas novas, um disco quem sabe....

Wraygunn:

Palcum: Shangri-La" está no top nacional de vendas. Esperavam este sucesso, é de alguma forma o reconhecimento do vosso trabalho?
Paulo Furtado: Hum...NÃO SEI ATÉ QUE PONTO É UM SUCESSO, ACHO QUE É O CRESCIMENTO NATURAL DA BANDA... DO PONTO DE VISTA ARTÍSTICO ESTAMOS CONTENTES COM O ÁLBUM, QUANTO AO RESTO PARECE-ME EXISTIR AINDA MUITA MARGEM PARA A BANDA CRESCER...
Palcum: Sentiram a necessidade de se abstraírem do mundo citadino para gravar esta "obra – prima", Marvão é uma experiência a repetir?
P.F: POSSIVELMENTE. ESTAR LÁ FOI MUITO IMPORTANTE, NÃO SÓ POR SER UM LOCAL FANTÁSTICO E POR NOS SENTIRMOS EXTREMAMENTE BEM VINDOS, MAS TAMBÉM PORQUE TIVEMOS OPORTUNIDADE DE ESTAR TOTALMENTE ALHEADOS, CONCENTRADOS NO DISCO.
Palcum: Eclesiastes 1.11 vendou cerca de 10mil exemplares em França as expectativas com "Shangri – La" são maiores?
P.F: AS EXPECTATIVAS SÃO SEMPRE DE CRESCER, CLARO, MAS NÃO É FUNDAMENTAL NEM SE TEM QUE "FORÇAR" O CRESCIMENTO...QUANDO AS NOTÍCIAS COMEÇARAM A SAIR EM PORTUGAL, SOBRE O SUCESSO DOS WRAYGUNN EM FRANÇA, TÍNHAMOS VENDIDO 10.000 DISCOS...AGORA VAMOS PERTO DOS QUINZE...ACHO QUE NATURALMENTE AS COISAS VÃO CORRER BEM, SE CONSEGUIRMOS UMA BOA TOUR E MANTIVERMOS A QUALIDADE DOS CONCERTOS ALTA...
Palcum: Wraygunn atinge o êxtase em palco. É ao vivo que se completam como banda?
P.F: CLARO QUE SIM. PARA MIM, OS ÁLBUNS SÃO FOTOS DE UM DETERMINADO MOMENTO DA VIDA DE UMA BANDA...A REALIDADE DO QUE OS WRAYGUNN SÃO ESTÁ EM CONSTANTE MUDANÇA, E É NOS ESPECTÁCULOS AO VIVO QUE SE PODE MOSTRAR, PARTILHAR E APRECIAR ISSO...
Palcum: A crítica é unânime em considerar Wraygunn como a melhor banda de Soul da Europa. Como encaram o que dizem?
P.F: UNÂNIME, NÃO DIRIA...MAS O QUE É BOM É QUE NUNCA TIVEMOS UMA CRÍTICA MAIS OU MENOS BOA OU MÁ...OU SÃO MUITO BOAS OU TOTALMENTE A DEITAR ABAIXO...O QUE NOS LEVA A CRER QUE ESTAMOS, REALMENTE A CHEGAR A ALGUM LADO....GOSTAMOS DISSO…
Palcum: A crítica interna que existe é o segredo que faz dos Wraygunn uma banda forte a todos os níveis (estúdio e palco)?
P.F: NÃO SÓ, CLARO...O MAIS IMPORTANTE É HAVER MÚSICA, E TRABALHO SOBRE ESSA MÚSICA...MAS DISCUTIRMOS MUITO E ACEITARMOS CRÍTICAS UNS DOS OUTROS DÁ UMA ENORME LIBERDADE CRIATIVA...E EM PALCO, TUDO ISSO É AMPLIFICADO, MUITAS VEZES ATÉ AO DESCONTROLO...E ISSO NÃO É NECESSARIAMENTE MAU, PODE SER BOM LARGAR O VOLANTE, POR VEZES...NÃO HAVENDO FERIDOS....
Palcum: Para finalizar, para além do que esta programado têm algo mais em vista para 2007?
P.F: ESPERAMOS QUE O DISCO SAIA ATÉ AO FIM DO ANO EM TODA A EUROPA, O QUE ESTÁ PRATICAMENTE ASSEGURADO, E SE POSSÍVEL JUNTAR O JAPÃO E BRASIL NO PRÓXIMO ANO.